sábado, 23 de fevereiro de 2013

Anne Rice & Lestat de Lioncourt

Anne Rice afirma: "os escritores escrevem sobre o que lhes obceca. Perdi a minha mãe quando tinha quatorze anos. Minha filha morreu aos seis anos. Perdi minha fé católica. Quando escrevo, a escuridão está sempre ali. Dirijo-me para onde está a dor" (Revista People, 05/12/88).

O personagem mais amado por Anne e seus leitores é o vampiro Lestat. Segundo Anne: "É difícil descrever Lestat. De alguma maneira, é toda minha vida, porque inclusive quando não estou escrevendo sobre Lestat, estou contemplando o mundo através de seus olhos. Foi ele quem me transformou numa viajante, quem me transportou fora de mim mesma e me libertou das preocupações por minhas limitações, tanto físicas como espirituais. Lestat é mais do que um personagem criado por mim. É um símbolo de algum tipo de liberdade e domínio. Representa o lado cruel que há em nós, mas é parte de meus pensamentos dia e noite; e parte de minhas conversas dia e noite, suponho. Ante quase tudo o que vejo, me pergunto: que pensaria Lestat disto? Como reagiria Lestat ante isto? Portanto, diria que ele é minha outra metade. Mas é minha metade masculina e cruel que, obrigado a Deus, não existe outro na ficção".

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Anelo

Só aos sábios o reveles
Pois o vulgo zomba logo:
Quero louvar o vivente
Que aspira à morte no fogo

Na noite – em que te geraram,
Em que geraste – sentiste,
Se calma a luz que alumiava,
Um desconforto bem triste.

Não sofres ficar nas trevas
Onde a sombra se condensa.
E te fascina o desejo
De comunhão mais intensa.

Não te detêm as distâncias,
Ó mariposa! E nas tardes,
Ávida de luz e chama,
Voa para a luz em que ardes.

"Morre e transmuta-te": enquanto
Não cumpres esse destino,
És sobre a terra sombria
Qual sombrio peregrino.

Como vem da cana o sumo
Que os paladares adoça,
Flua assim da minha pena,
Flua o amor o quanto possa.

(Johann Van Goethe. Tradução: Manuel Bandeira)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Citações: Alice in Wonderland & Through the Looking Glass

"Quanto tempo dura o eterno? - Alice perguntou. - As vezes apenas um segundo. - respondeu-lhe o coelho"

"- Gatinho de Cheshire (...) Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?
- Isso depende muito de para onde quer ir - respondeu o Gato.
- Para mim, acho que tanto faz... - disse a menina.
- Nesse caso, qualquer caminho serve - afirmou o Gato.
- ... contanto que eu chegue a algum lugar - completou Alice, para se explicar melhor.
- Ah, mas com certeza você vai chegar, desde que caminhe bastante.
- Mas eu não quero me meter com gente louca - ressaltou Alice.
- Mas isso é impossível - disse o Gato. - Porque todo mundo é meio louco por aqui. Eu sou. Você também é.
- Como pode saber se sou louca ou não? - disse a menina.
- Mas só pode ser - explicou o Gato. - Ou não teria vindo parar aqui.
Alice achou que isso não provava nada. No entento, continuou:
- E como você sabe que é louco?
- Para começo de conversa - disse o Gato - um cachorro não é louco. Concorda?
- É, acho que sim - disse Alice.
- Pois bem... - continuou o Gato. - Você sabe que um cachorro rosna quando está bravo e abana o rabo quando está feliz. Mas eu faço o contrário: eu rosno quando estou feliz e abano o rabo quando estou bravo. Portanto, eu sou louco."

" - Chapeleiro, você me acha louca? - perguntou a menina.- Louca, louquinha ! Mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são assim."

" Quando eu uso uma palavra, num tom bastante desdenhoso, ela significa exatamente o que quero que signifique: nem mais nem menos."



Bids you all Adieu! ... And that is all?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A Duas Flores

São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

(Castro Alves. Espumas Flutuantes)
P.S.: Happy Valentine's Day!