segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Estrelas

Ah! Por que o sol brilhante
Restaurou a alegria à nossa Terra,
Vocês partiram, todas,
E deixaram um céu deserto?

Durante toda a noite, seus gloriosos olhos
Estavam fixos em mim,
E, com suspiros agradecidos de todo o coração,
Eu abençoei aquela visão divina.

Eu estava em paz, e absorvi seus raios de luz
Como se eles fossem vida para mim;
E deleitei-me em meus sonhos inconstantes
Como ave sobre o mar.

Pensamento seguiu pensamento, estrela seguiu estrela
Através de regiões infinitas;
Enquanto uma doce influência, perto e longe,
Entusiasmou-nos e provou-se única para nós!

Por que a aurora da manhã rompe
Um encanto tão grande, tão puro;
E queima com fogo a face tranquila,
Onde seu brilho refrescante tocou?

Vermelho-sangue, ele se levantou, e, apontou para mim,
Seus raios ferozes atingiram minha fronte;
A alma da natureza surgiu, elevada,
Mas a minha afundou triste!

Minhas pálpebras fecharam-se, mas através de seu véu
Eu o vi, brilhante, ainda,
E mergulhava em ouro o escuro vale,
E brilhava em cima da colina.

Eu voltei-me para o travesseiro, então,
Para chamar de volta a noite, e ver
Seus mundos de solene luz, novamente,
Pulsarem em meu coração, e em mim!

Isso não aconteceria – o travesseiro brilhava,
E brilhavam o teto e o chão;
E pássaros cantavam alto na floresta,
E ventos frescos sacudiam a porta;
As cortinas balançavam, as moscas despertas
Estavam zumbindo em volta do meu quarto,
Aprisionadas lá, até que eu levantasse
E as deixasse partir à vaguear.

Oh, estrelas, e sonhos, e gentil noite;
Oh, noite e estrelas, voltem!
E escondam-me da luz hostil
Que não aquece, mas queima;
Que drena o sangue dos homens que sofrem;

Que bebe lágrimas, em vez de orvalho;
Deixe-me dormir durante seu ofuscante reinado,
E acordar somente com você!

(Emily Brönte)

domingo, 2 de novembro de 2014

Caelica: 83


"Você que procura o que a vida é na morte,
Agora descobre que era ar em um suspiro.
Novos nomes desconhecidos, velhos nomes esquecidos:
Tempo que finda corpos, mas almas de modo algum.
Leitor! Faça tempo, enquanto podes, 
                                         Mas passos para sua eternidade."                                             


(Baron Fulke Greville)