"- O que eu acho é que as pessoas deviam questionar estes sentimentos de dúvidas em vez de questionar o que o coração mandou que elas fizessem. - Jud continuou, os olhos fixos nele. - Não acha que tenho razão, Louis?
- Acho... - Louis respondeu de modo hesitante. - Acho que talvez esteja certo.
- E as coisas que estão no coração do homem... Bem, às vezes ele não gosta muito de falar sobre elas, não é?
- Bem...
- Exato. - disse Jud, como se Louis tivesse simplesmente concordado. - Não gosta... - E com uma voz calma, tão firme e tão fria, naquela voz que, por alguma razão, podia dar calafrios em Louis, concluiu: - Existem coisas secretas. Achamos que só as mulheres são boas para segredos e acho que elas guardam alguns. Mas qualquer mulher, qualquer mulher que conheça alguma coisa, poderia lhe falar que nunca conseguiu ver o que realmente se passa no coração de um homem. O solo do coração de um homem é mais empedernido, Louis... como o solo que existe lá em cima, no velho campo onde os micmacs enterravam seus mortos. (mesmo a camada superficial do 'simitério' dos bichos era dura, pedregosa. Até chegar na terra mais macia.) Perto da superfície ha logo uma rocha... Mas um homem planta o que pode... e cuida do que plantou."
(O Cemitério. Stephen King. p.137)
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