"Perto de um plátano
Suspirando, sentou-se a pobre alma.
Chorai todos o verde salgueiro!
A mão no peito, a cabeça curvando,
Chorai salgueiro, salgueiro, salgueiro!
Fresco regato ali corria perto dela
E murmurava seus lamentos.
Chorai salgueiro, salgueiro, salgueiro!
O amargo pranto que dos olhos lhe corria
As próprias pedras amolecia...
Chorai salgueiro, salgueiro, salgueiro!
Cantai todos que de um verde salgueiro
Uma grinalda para mim farei.
Ninguém lhe censure o desdém que aprovo.
Eu, falso meu amor chamei.
Que disse ele então?
Chorai salgueiro, salgueiro, salgueiro!
Cada traição só enche mais tua cama!"
(Otelo. Ato IV. Cena III)
"Farei uma cabana de salgueiro em teu portão,
E meu espírito entrará em sua morada;
Comporei canções de um amor proibido,
E cantarei insistentemente até mesmo na calada da noite;
Gritarei teu nome para que as colinas ressoem,
E transformem o balbuciar do vento
em um grito: 'Olivia!', você não deve descaçar
entre os elementos do céu e da terra,
mas você deve ter miseriórdia de mim."
(Twelfth Night. Ato I Cena V)
“Na margem da vizinha ribeira cresce um salgueiro,
cuja prateada folhagem se reflete nas águas cristalinas.
Tua irmã aproximou-se daquele sitio, sempre tecendo grinaldas de rainúnculos, ortigas,
malmequeres, e dessas flores a que os nossos pastores dão um nome bem grosseiro,
mas que as nossas castas donzelas denominam poeticamente “dedo da morte”.
Quando procurava ornar com as suas inocentes grinaldas as argênteas frondes do salgueiro,
oh! desgraça! descuidosa foi envolvida na corrente,
cercada dos ornatos que lhe serviam como de corôa virginal.
Algum tempo suspensa pelas vestes sobre a corrente, assimilhava-se a uma sereia,
cantando incoerentes trechos, inconsciente do próprio risco,
como se estivesse no seu nativo elemento.
Mas tudo tem um fim, e em breve, sossobrando pelo peso das encharcadas vestes,
cessou de cantar, e tornou-se cadáver levado pela corrente.”
(Hamlet. Ato IV. Cena VII)
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