Teus olhos são a pátria do relâmpago e da lágrima,
silêncio que fala,
Tempestades sem vento, mar sem ondas,
pássaros presos, douradas feras adormecidas,
topázios ímpios como a verdade,
outono numa clareira de bosque onde a luz canta no ombro
duma árvore e são pássaros todas as folhas,
praia que a manhã encontra constelada de olhos,
cestas de frutos de fogo,
mentira que aimenta,
espelhos deste mundo, portas do além,
pulsação tranquila do mar do meio-dia,
universo que estremece,
paisagem solitária.
(Octavio Paz)
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