Eu sou bela, ó mortais! como um sonho de pedra,
E meu seio, onde todos vem buscar a dor,
É feito para ao poeta inspirar esse amor
Mudo e eterno que no ermo da matéria medra.
No azul, qual uma esfinge, eu reino indecifrada;
Conjugo o alvor do cisne a um coração de neve;
Odeio o movimento e a linha que o descreve,
E nunca choro nem jamais sorrio a nada.
Os poetas, diante do meu gesto de eloquência,
Aos das estátuas mais altivas semelhantes,
Terminarão seus dias sob o pó da ciência;
Pois que disponho, para tais dóceis amantes,
De um puro espelho que idealiza a realidade.
O olhar, meu largo olhar de eterna claridade!
(Charles Baudelaire)
Olá, Menina!
ResponderExcluirPassando pra fazer uma vizitinha!
Belo poema falando da beleza, ela é pertinente a lembrança exterior e luz interior por toda a eternidade!
Boa semana! Bj
Belíssimo poema..
ResponderExcluirBaudelaire escreve de tal modo que poucos autores conseguem, suas palavras sempre soam profundas e encantadoras!
Agradeço-lhe também por estar seguindo meu blog.. Um abraço.