MOTE
Amor é chama que mata,
Sorriso que desfalece,
Madeixa que desata,
Perfume que esvaece.
GLOSAS
Amor é chama que mata,
Dizem todos com razão,
É mal do coração
E com ele se endoidece.
O amor é um sorriso
Sorriso que desfalece.
Madeixa que se desata
Denominam-no também.
O amor não é um bem:
Quem ama sempre padece.
O amor é um perfume
Perfume que se esvaece.
(Mário de Sá-Carneiro)
Poeta português,
Mário de Sá-Carneiro nasceu em Lisboa em 19 de maio de 1890. Filho único de pai
engenheiro, a mãe morreu quando ele tinha dois anos. A infância e a
adolescência foram difíceis, marcadas pela angústia e pela solidão. Em 1912
partiu para Paris, onde pretendeu estudar direito frequentando o curso
irregularmente, jamais chegou a se formar: as dificuldades emocionais
somaram-se as de ordem material. O único amigo era Fernando Pessoa, o
compreendeu e ajudou como pôde. Em Lisboa (1913), introduziu-o entre os
modernistas da Revista Orpheu e no ano seguinte aparecia o livro de poemas Dispersão. Em suas cartas para
Fernando Pessoa acompanhou-se o ritmo crescente de seus problemas, seu
desespero, até o suicídio no hotel Nice em Paris a 26 de abril de 1916.
Poeta de sensibilidade multifacetada, para
Mário de Sá-Carneiro a beleza não era um conceito da sua inteligência, muito
mais do que uma ideia ela era, por isso, uma força. Ousando 'correr o risco de
encarnar a imaginação na vida', o poeta, através dos seus 'olhos audazes de
beleza', nunca 'viu' a atividade literária como um mero instrumento ou sequer
uma profissão, mas sim como um ideal que sempre ambicionou, exigiu e colocou
acima de tudo. Neste sentido, o seu poetar é a expressão translúcida da sua própria
vida, e esta, inteiramente e só 'um cântico de beleza' cantado até à morte.
Já tinha tentado comentar no seu blog antes, mas por alguma razão não havia conseguido. Mas agora que consigo, sobre o amor deixo as palavras do Khalil Gibran.
ResponderExcluirhttp://magusportae.blogspot.com.br/2011/09/do-amor-khalil-gibran.html
Fico honrada por comentar em meu blog, e agradeço por isso.
ExcluirSobre as palavras que me deixou de Khalil Gibran, são belíssimas e profundas. O amor é ao meu humilde ver, o sentimento mais belo e puro do ser humano. Ele enaltece mas também (como em seu texto diz) nos machuca.
Temos as grandes tragédias literárias como prova disso... Por amor, somos capaz de sacrificar tudo.
Mais uma vez, muito obrigada.