domingo, 15 de setembro de 2013

Soneto 53

De que substância foste modelado,
Se com mil vultos o teu vulto medes?
Tantas sombras difundes, enfeixado
Num ser que as prende, e a todas sobre excedes;

Adônis mesmo segue o teu modelo
Em vã, esmaecida imitação;
A face helênica onde pousa o belo
Ganhou em ti maior coloração;

A primavera é cópia desta forma,
A plenitude és tu, em que consiste
O ver que toda graça se transforma

No teu reflexo em tudo quanto existe:
Qualquer beleza externa te revela
Que a alma fiel em ti acha mais bela.

(William Shakespeare)

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Carta de William Thatcher

" É estranho pensar que não a vejo há um mês, eu vi a lua nova, mas não vi você. E vi o pôr do sol e o nascer do sol, mas nada comparado a sua beleza. Sinto sua falta como o sol sente falta da flor, como o sol sente falta da flor num inverno intenso. Os pedaços do meu coração são tão pequenos que poderiam passar pelo buraco de uma agulha. Ao invés de beleza para guiar meu coração ele se endurece a um mundo congelado para onde sua ausência me baniu. A esperança é meu guia e é ela que me faz viver cada dia e principalmente a cada noite. A esperança de que depois que estiver longe dos meus olhos não será a última vez que olharei para você. 
Com todo amor que possuo, eu permaneço seu..."
(Filme: Coração de Cavaleiro)

domingo, 1 de setembro de 2013

Star-Crossed - Sirenia

Uma errante no tempo, 
Surge vagando em minha mente
Parece que de seu caminho perdeu-se,
seu caminho desviou-se.
O sol põe-se em seus olhos, 
Uma lua nasce. 
Sua vida parece em vão...
Um mistério... Arcano. 

O verão míngua
Minha vida tão frágil,
Decaindo novamente aos campos sombrios de dor.
O inverno vai surgindo. 
Eu mantive seu frio aqui dentro toda vida,
como uma malfadada criança do inverno.

Olhos prateados desvaecendo
Um céu invernal sem estrelas, 
Nenhuma fragrância do orvalho matinal.
Suas lágrimas congeladas, 
esta errante vem em minha direção, 
todas as eras parecem dias, 
um mar profundo e selvagem...
Uma malfadada criança do inverno.

O crepúsculo arrasta sobre nós, 
O amanhecer, próximo a raiar
O anoitecer lamenta perante nós
é a escuridão que tememos.
Descende sob mim anjo perdido!
Pois por ti cairei também.
Para o mundo, somos ambos estranhos...
Como o gélido inverno no inferno...