segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Soneto 65

Se a morte predomina na bravura
Do bronze, pedra, terra e imenso mar, 
Pode sobreviver a formosura,
Tendo da flor a força a devastar
Como pode o aroma do verão
Deter o forte assédio destes dias,
Se portas de aço e duras rochas não
Podem vencer do Tempo a tirania?
Onde ocultar - medição atroz - 
O ouro que o Tempo quer em sua arca?
Que mão pode deter seu pé veloz,
Ou que beleza o Tempo não demarca?
Nenhuma! A menos que este meu amor
Em negra tinta guarda seu fulgor.


(William Shakespeare)

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